O atacante Dudu, do Atlético-MG, foi punido com seis jogos de suspensão e multa de R$ 90 mil por comentários considerados misóginos contra a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. A decisão foi unânime entre os auditores da 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em julgamento realizado na sexta-feira (18), no Rio de Janeiro.
A Procuradoria denunciou o jogador com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios, ultrajantes ou desdenhosos por motivo de sexo, raça, origem, idade ou condição de deficiência.
Durante a leitura do voto, o presidente da sessão, Dr. Paulo Ceo, destacou a gravidade do episódio. “Não defendo que toda fala ofensiva seja criminalizada ou sancionada, mas não tenho dúvida de que algumas expressões ultrapassam os limites estabelecidos pela nossa Constituição e pelos tratados internacionais de direitos humanos”, declarou.
Com a punição, Dudu deve desfalcar o Galo em compromissos importantes do calendário nacional. No Campeonato Brasileiro, ficará fora dos duelos contra Palmeiras, Fortaleza, Flamengo e Red Bull Bragantino. Na Copa do Brasil, está suspenso para os confrontos de ida e volta das oitavas de final contra o Flamengo.
A pena, no entanto, não se aplica a competições internacionais: o jogador poderá atuar normalmente contra o Atlético Bucaramanga, pela Copa Sul-Americana, torneio organizado pela Conmebol.
A decisão ainda cabe recurso, o que pode reduzir a punição. A suspensão, porém, tem aplicação imediata.
Presente na sessão de julgamento, Leila Pereira fez duras críticas à postura do atacante, que optou por não comparecer presencialmente e enviou um vídeo com sua defesa. A presidente do Palmeiras classificou a atitude como covarde.
“Fiz questão de vir porque fui ofendida de forma absurda. Esse atleta me agrediu verbalmente e sequer teve a coragem de estar aqui. Preferiu gravar um videozinho, provavelmente lendo um teleprompter. Deve ter ensaiado várias vezes para parecer convincente”, ironizou Leila.
Ela também fez um apelo para que casos como esse sejam denunciados. “Esses agressores são covardes. Gostam de atacar nas redes sociais, onde estão protegidos pela distância. Mas quando precisam encarar uma mulher, se escondem. É por isso que devemos denunciar, expor e enfrentar esse tipo de violência”, completou.
O Atlético-MG ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão.