De volta ao comando técnico no Corinthians, Dorival Júnior iniciou sua trajetória no clube com desempenho promissor. No entanto, sua recente passagem pela Seleção Brasileira ainda é motivo de debate e dúvidas entre torcedores e especialistas. A demissão do treinador veio após a goleada sofrida diante da Argentina, em Buenos Aires, encerrando um ciclo que, para muitos, foi frustrante.
Em entrevista exclusiva à CNN Brasil, Dorival apontou o que, em sua visão, foi o principal fator para a saída precoce do cargo: a falta de paciência com processos de longo prazo no futebol nacional.
“É muito difícil, no momento em que vivemos no país, acreditar que os processos serão respeitados e que, com tempo e trabalho, eles trarão os resultados esperados. Infelizmente, trabalhamos com o imediatismo, algo que está enraizado em praticamente todos os clubes brasileiros. Isso vem penalizando o nosso futebol, impedindo o desenvolvimento de projetos mais consistentes e equilibrados”, afirmou o treinador.
Dorival ainda lamentou que a cultura da pressa afete não apenas os profissionais, mas também o torcedor brasileiro: “Essa mentalidade tem revelado uma faceta preocupante do futebol nos últimos anos, onde resultados urgentes se sobrepõem à construção de um trabalho sólido.”
À frente da Seleção por pouco mais de um ano, Dorival Júnior comandou a equipe em 16 partidas, conquistando sete vitórias, sete empates e sofrendo apenas duas derrotas, um aproveitamento de 58,3%. Sob seu comando, a equipe marcou 25 gols e sofreu 17.
Apesar do desempenho razoável, a pressão por resultados imediatos acabou pesando. Dorival agora volta suas atenções para o desafio no Corinthians, enquanto a Seleção busca reconstruir sua identidade em meio a incertezas.