Depois de trocar oficialmente a Sérvia pela Grécia, o tenista Novak Djokovic, dono de 24 títulos de Grand Slam, também decidiu levar consigo um pedaço de sua terra natal: o ATP 250 de Belgrado. O torneio, tradicionalmente realizado na capital sérvia e administrado por seu irmão Djordje Djokovic, foi transferido para Atenas e será disputado entre os dias 2 e 8 de novembro.
O atual número 5 do mundo encabeça a lista de inscritos na competição, que deve contar também com a revelação brasileira João Fonseca (43º). Caso ambos confirmem presença, há a possibilidade de um confronto inédito entre Djokovic e o jovem brasileiro.
A mudança de país do astro sérvio foi oficializada em setembro, um mês após o anúncio da transferência do torneio. Segundo o jornal britânico The Times, a decisão teria sido motivada por razões políticas. Djokovic teria se tornado alvo de críticas da mídia estatal sérvia após demonstrar apoio público a movimentos estudantis contrários ao governo de Aleksandar Vucic.
Em dezembro do ano passado, o tenista chegou a se pronunciar em defesa dos estudantes e até apareceu no Australian Open com uma camiseta com os dizeres “Estudantes são campeões”.
“Como alguém que acredita profundamente no poder dos jovens e no desejo deles por um futuro melhor, eu acredito que as vozes deles devem ser ouvidas”, declarou Djokovic na época.
O clima político na Sérvia se deteriorou após o desabamento do teto da estação ferroviária de Novi Sad, em novembro de 2024, tragédia que deixou 16 mortos. O episódio foi ligado à administração de Vucic, acusado de cortes orçamentários e contratos suspeitos na obra de reforma.
Agora, em novo país e com um torneio sob sua direção em Atenas, Djokovic parece iniciar um novo capítulo pessoal e profissional, longe das turbulências políticas que marcaram seu último ano na Sérvia.