A tentativa de Novak Djokovic de alcançar sua sétima final consecutiva em Wimbledon terminou de forma frustrante na sexta-feira (11). Aos 38 anos, o tenista sérvio foi superado com autoridade por Jannik Sinner, número 1 do mundo, por 6/3, 6/3 e 6/4, em menos de duas horas de partida na quadra central do All England Club.
Na entrevista coletiva após a derrota, Djokovic revelou que jogou com limitações físicas e dificuldades de movimentação, mas evitou entrar em detalhes sobre a lesão. O problema teria se intensificado após uma queda nas quartas de final, no match-point contra o italiano Flavio Cobolli, o 24º do ranking.
“Atrapalhou bastante. Não foi nada agradável estar em quadra hoje. Não quero parecer que estou dando desculpas ou reclamando por não ter conseguido jogar meu melhor. O Jannik jogou muito bem, está na final e merece. Mas, sim, estou decepcionado. Não consegui me movimentar como esperava”, afirmou o atual número 6 do mundo.
Perguntado se a sequência de lesões recentes, incluindo a sofrida no Australian Open, onde abandonou a semifinal contra Zverev após um set, era resultado de azar, Djokovic foi direto em um desabafo sincero:
“Não é azar. É a idade. O corpo está sentindo. Tenho cuidado muito bem dele, mas a verdade é que, no último ano e meio, isso tem me atingido como nunca antes. É difícil aceitar, porque sei que, quando estou 100%, ainda posso jogar em alto nível. Mas partidas em melhor de cinco sets têm sido uma verdadeira batalha física. E quanto mais o torneio avança, mais difícil fica”, desabafou.
Mesmo assim, Djokovic mostrou resiliência. Destacou o orgulho de ter chegado às semifinais dos quatro Grand Slams da temporada e reconheceu o desafio de enfrentar uma nova geração em ascensão.
“Sinner e Alcaraz estão voando. São jovens, fortes, rápidos. E eu chego nesses confrontos sentindo que meu tanque está pela metade. É quase impossível ganhar nessas condições. Mas é a realidade. E o que me resta é aceitá-la e encontrar uma forma de continuar competindo”,refletiu o sérvio.
Apesar da decepção, Djokovic afirmou que ainda não considera sua despedida de Wimbledon. Com 102 vitórias em 117 partidas disputadas no torneio, ele é o segundo maior vencedor da história do Grand Slam britânico, atrás apenas de Roger Federer (105 triunfos).
“Espero sinceramente que esta não tenha sido minha última partida na quadra central. Não quero encerrar minha história em Wimbledon desta forma. Se tudo der certo, estarei de volta pelo menos mais uma vez”, finalizou.
A derrota para Sinner marca mais um ponto de inflexão na reta final da carreira de um dos maiores nomes da história do tênis. E, mesmo com as limitações físicas, Djokovic segue lutando para manter seu legado vivo diante de uma nova era que já bate à porta.