Trinta e seis anos separam o primeiro título mundial de Ayrton Senna, em 1988, da mais recente conquista de Max Verstappen, em 2024. Nascido no meio desse intervalo, em 2004, dez anos após a morte do ídolo brasileiro, Gabriel Bortoleto carrega as influências das duas gerações. Em entrevista ao podcast Na Ponta dos Dedos, do ge, o jovem piloto falou sobre sua admiração por Senna, a relação com Verstappen e a expectativa para correr em casa pela primeira vez na Fórmula 1.
Apesar de conviver nas pistas com Verstappen, Bortoleto não esconde sua devoção pelo tricampeão brasileiro. “Meu ídolo sempre foi o Ayrton Senna, sempre vai ser. Cresci ouvindo histórias sobre ele. Era um piloto excepcional, à frente do tempo. Para mim, nunca vai existir ninguém igual”, declarou.
O brasileiro reconhece, no entanto, o talento da nova geração e exaltou o estilo apurado de Verstappen, tetracampeão da categoria. “A tecnologia evoluiu muito. Hoje, a telemetria permite ajustes finos. O Max é muito estudioso, tem um estilo de pilotagem que beira a perfeição. Acho que ele está entre os três maiores da história, ao lado de Senna, Hamilton e Schumacher.”
Amigos desde a Fórmula 3, os dois costumam dividir treinos em simuladores e jogatinas de videogame. “Antes de Spa ou Budapeste, a gente treinava junto, fazia umas corridinhas”, revelou Bortoleto, destacando a boa convivência com o holandês.
Aos 21 anos, Gabriel se prepara para um dos momentos mais aguardados de sua carreira: correr diante da torcida brasileira. No dia 9 de novembro, ele fará sua estreia no GP de São Paulo, em Interlagos. “É um sonho de criança. Só de pensar, já fico emocionado. Não quero nem imaginar muito porque senão enlouqueço”, confessou.
Empolgado com o carinho dos fãs, ele também destacou o apoio que recebe nas redes sociais. “O brasileiro é diferente, torce com o coração. Estão com você nos bons e maus momentos, defendem com unhas e dentes. É único. Até os estrangeiros comentam isso. Sou muito grato.”
A primeira temporada na Fórmula 1 ainda está em curso, mas a estreia em solo nacional promete ser um marco. “Ano passado já senti a pressão da mídia. Agora, correndo em casa, vai ser algo enorme. Mas estou pronto”, afirmou.