João Félix, outrora tratado como uma das maiores promessas do futebol português, tenta reencontrar o brilho que o colocou nos holofotes ainda aos 19 anos. Aos 25, o atacante acertou com o Al-Nassr, da Arábia Saudita, seu sexto clube em apenas seis anos de carreira profissional.
A nova transferência marca mais um capítulo da trajetória errante do jogador, que ganhou notoriedade ao anotar 20 gols em 43 partidas pelo Benfica. Em 2019, protagonizou uma das maiores transferências da história do futebol europeu ao se juntar ao Atlético de Madrid por 126 milhões de euros. Contudo, não correspondeu às expectativas: foram apenas 34 gols em 131 jogos pelo clube espanhol, desempenho abaixo do esperado para um investimento tão alto.
Depois de quatro temporadas no Atlético, João Félix passou a viver de empréstimo. Primeiro ao Chelsea, depois ao Barcelona. Contratado em definitivo pelos Blues, foi novamente cedido, desta vez ao Milan. Agora, ruma ao futebol saudita para atuar ao lado de Cristiano Ronaldo, em busca de estabilidade e minutos em campo.
O meia Saúl Ñíguez, hoje no Flamengo e ex-colega de João Félix no Atlético, não poupou palavras ao comentar a passagem do português pelo clube madrilenho. Em entrevista à rádio espanhola “Cope”, reproduzida pelo jornal Marca, Saúl apontou falta de dedicação por parte do atacante.
“O futebol é coletivo. Ele tem talento para ser incrível, mas se não trabalha, isso não basta. Já ouvi uma frase que resume bem: talento sem esforço não vale nada. Tentamos ajudá-lo bastante, mas, se a pessoa não quer ser ajudada, é complicado”, disse o camisa 8 rubro-negro.
Além das críticas técnicas e comportamentais, as decisões de João Félix fora de campo também têm sido alvo de debate. A empresária FIFA Jen Mendelewitsch, em entrevista a uma rádio francesa, fez duras críticas ao rumo que o atacante tem dado à sua trajetória.
“ João Félix não joga futebol de verdade há tempos. Ele virou uma máquina de imprimir dinheiro, afirmou. — Já deveria ter assumido o controle da própria carreira, em vez de deixar que outros decidam por ele e o empurrem para projetos que não fazem sentido. Quando se conhece o potencial dele, é triste ver isso acontecer”.
Segundo a imprensa europeia, o atacante estava prestes a retornar ao Benfica, onde viveu seu auge técnico, mas optou pela oferta mais lucrativa do Al-Nassr. A decisão levanta dúvidas sobre suas reais prioridades na carreira e aumenta a percepção de que seu talento pode não atingir o patamar que muitos esperavam.