Críticas a técnicos estrangeiros causam constrangimento a Ancelotti em fórum de treinadores no Rio

Aline Feitosa
Carlo Ancelotti viveu um momento constrangedor nesta terça-feira (4) durante o 2º Fórum Brasileiro de Treinadores de Futebol, realizado na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O técnico da Seleção Brasileira foi alvo indireto de críticas feitas por Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira, que questionaram a presença de estrangeiros no comando de clubes e da equipe nacional, tudo isso enquanto o italiano estava sentado no mesmo palco.

O encontro, que tinha como objetivo celebrar e fortalecer a classe dos treinadores, acabou marcado por um clima tenso e um debate sobre a “invasão” de técnicos estrangeiros no país.

Em discurso, Leão, ex-goleiro campeão do mundo em 1970, foi direto:
“Eu sempre disse que não gosto de treinadores estrangeiros no meu país. Antes eu falava que não suportaria, e não mudo de opinião. Mas tenho que ser inteligente o suficiente para reconhecer que os culpados somos nós, treinadores brasileiros, que permitimos essa invasão”, afirmou.

Apesar das críticas, Leão encerrou sua fala pedindo desculpas a Ancelotti e desejando sorte ao italiano.
“Me desculpe, mas vale a pena dizer. Você tem tudo para se tornar uma pessoa muito importante para os brasileiros. Boa sorte no seu futuro”, completou.

Na sequência, Oswaldo de Oliveira também defendeu que a Seleção volte a ser comandada por um brasileiro, mas admitiu que, no momento, Ancelotti é o nome certo.
“Quando o Ancelotti for embora, depois de ser campeão, tomara que volte um treinador brasileiro ao comando da Seleção”, disse o técnico, que tem passagens por clubes como Corinthians, Santos e São Paulo.

Ao responder às críticas, Ancelotti adotou um tom diplomático, mas não deixou de lançar uma reflexão:
“A força do treinador brasileiro, tenho que ser honesto, não é tão forte. Uma das primeiras coisas que escutei e que não entendo é por que o treinador brasileiro não pode trabalhar na Europa. Isso mostra que a categoria precisa se fortalecer. É importante que todos os treinadores trabalhem juntos para que a Federação Brasileira de Treinadores de Futebol seja forte”, declarou.

As falas dividiram opiniões. O presidente da Federação, Alfredo Sampaio, classificou as declarações de Oswaldo e Leão como “equivocadas e desrespeitosas”. Já Hélio dos Anjos, que também estava presente, considerou as críticas “descabidas”.

A repercussão foi imediata, atravessando fronteiras. Veículos estrangeiros classificaram o episódio como “uma falta de respeito” e destacaram o constrangimento de Ancelotti, que hoje soma seis jogos à frente da Seleção Brasileira, com três vitórias, um empate e duas derrotas, e tenta, dentro e fora de campo, firmar seu espaço no futebol brasileiro.

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