A decisão do Flamengo de acionar a Justiça para questionar a divisão das receitas de direitos de transmissão dentro da Libra foi o estopim para o Atlético-MG deixar o grupo e retornar à Liga Forte União (LFU). O anúncio da saída foi feito nesta segunda-feira (28), e embora a nota oficial do clube mineiro não cite nomes, o CEO Bruno Muzzi não poupou críticas ao comportamento do time carioca.
Há cerca de um mês, o Flamengo entrou com uma ação na Justiça do Rio de Janeiro pedindo o bloqueio de parte dos valores pagos pelo Grupo Globo à Libra, alegando discordância sobre a forma como as receitas estavam sendo repartidas entre os clubes.
A medida, porém, gerou grande insatisfação entre os demais integrantes da liga, que contavam com o repasse para manter o fluxo de caixa,entre eles, o próprio Atlético-MG.
“Essa é uma decisão que já vinha sendo amadurecida há algum tempo. O Atlético-MG não compactua com essa visão individualista que, principalmente, o Flamengo vem adotando”,afirmou Muzzi, em entrevista à Rádio Itatiaia.
O dirigente destacou que a convivência dentro da Libra, com exceção do Flamengo, sempre foi positiva:
“ O Atlético-MG sempre foi muito bem recebido por todos os associados à Libra.
A relação, exceto com o Flamengo, que só tumultuou, é muito saudável. Tenho certeza de que outros clubes também vão refletir sobre seus posicionamentos”,completou.
O Atlético-MG foi um dos articuladores da criação da LFU em 2022, mas havia migrado para a Libra no ano seguinte. Segundo Muzzi, o retorno ao grupo original é resultado de uma reavaliação diante do atual cenário.
“Naquele momento, acreditávamos que a Libra representava o movimento mais seguro. Entretanto, a LFU também evoluiu muito em sua estrutura, e os acontecimentos recentes nos levaram a rever nossa posição”, explicou o CEO.
O Flamengo, até o momento, não se pronunciou sobre as declarações de Bruno Muzzi. O espaço segue aberto para manifestação do clube.