A Eagle Football Holdings, empresa liderada por John Textor, passou por uma ruptura significativa nesta sexta-feira. Cinco dos principais investidores , entre eles Michele Kang, presidente do Lyon, deixaram o conselho de administração da companhia, aprofundando a disputa envolvendo o controle de ações do Botafogo e do próprio clube francês com a Ares, gestora de investimentos credora de Textor.
Apesar de deixar o conselho, Michele Kang segue no comando do Lyon. Sua saída da Eagle não altera a estrutura de gestão diária do clube, que permanece intacta. Além dela, também deixam o conselho Samuel Oliver Lynn, Alexander Bafer, David Horin e Jean-Pierre Conte.
A crise tem origem nas intervenções da Ares, responsável por aportar recursos para a compra do Lyon. A empresa exigiu o afastamento de Textor da diretoria do clube francês em abril, durante o período de maior instabilidade financeira e risco de rebaixamento. O Lyon chegou a ser punido com a queda à segunda divisão, mas recuperou sua vaga na elite após recurso aceito em julho. Embora Textor e a Eagle mantenham participação acionária no OL, o americano perdeu qualquer poder no cotidiano do clube.
Entre os que deixam o conselho, JP Conte é um nome especialmente relevante. Detentor de 5% da Eagle, e, consequentemente, sócio minoritário do Botafogo, o empresário esteve no Brasil há dois meses para uma reunião com João Paulo Magalhães, presidente do clube social alvinegro, discutindo cenários para um eventual futuro sem Textor no comando da SAF.
A debandada reforça a tensão entre Textor e os acionistas da Eagle, que se intensificou desde sua saída do Lyon. O dono da SAF do Botafogo quase não mantém contato com os cinco investidores que agora deixam o grupo.
Para recompor a estrutura, Textor nomeou cinco novos membros para o conselho: Jordan Fiksenbaum, Kevin Weston, Rene Eichenberger, Frank Petterson e Shahrad Tehranchi.