Crise na CBF: Justiça afasta Ednaldo Rodrigues e 19 federações pedem renovação na entidade

Aline Feitosa
No mesmo dia em que Ednaldo Rodrigues foi oficialmente afastado da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 19 das 27 federações estaduais divulgaram um manifesto cobrando mudanças profundas na entidade. O documento, sem citar diretamente o dirigente, defende a realização de novas eleições e uma gestão mais moderna e transparente

A ação ganhou força após decisão da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que declarou nulo o acordo judicial que sustentava a permanência de Ednaldo no cargo. Segundo o desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, relator do caso, há indícios de falsificação da assinatura do Coronel Nunes — um dos vice-presidentes da CBF, em um documento que respaldava o mandato de Ednaldo.

A suposta fraude compromete a legalidade da eleição de Ednaldo, que havia sido homologada em fevereiro com base no acordo agora anulado. O desembargador destacou que o Coronel Nunes, convocado para audiência no início da semana, não compareceu por problemas de saúde. Um atestado médico apresentado à Corte aponta que o ex-dirigente sofre de déficit cognitivo, hidrocefalia, tonturas e ataxia, o que pode ter comprometido sua capacidade de decisão à época da assinatura.

Além do laudo médico, a decisão judicial levou em conta um exame grafodocumentoscópico que indicou inconsistências nas assinaturas de Nunes em documentos recentes. Com base nessas evidências, Zefiro determinou o afastamento imediato de Ednaldo e a anulação do acordo firmado entre as partes.

Com a decisão, o vice-presidente Fernando Sarney foi nomeado interventor da entidade e terá a responsabilidade de convocar novas eleições “o mais breve possível”.

Enquanto isso, o cenário político da CBF segue agitado. O manifesto assinado por 19 presidentes de federações estaduais reforça a necessidade de mudanças internas. “Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência”, diz um trecho do texto.

As federações de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso e Amapá não aderiram ao manifesto.

Na semana anterior, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia sido acionado por duas denúncias contra Ednaldo Rodrigues, uma protocolada pela deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e outra por Fernando Sarney. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, rejeitou os pedidos de afastamento e remeteu o processo à Justiça fluminense, que agora determinou o afastamento do dirigente.

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