Crise na CBF: Justiça afasta Ednaldo Rodrigues e 19 federações pedem renovação na entidade
A ação ganhou força após decisão da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que declarou nulo o acordo judicial que sustentava a permanência de Ednaldo no cargo. Segundo o desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, relator do caso, há indícios de falsificação da assinatura do Coronel Nunes — um dos vice-presidentes da CBF, em um documento que respaldava o mandato de Ednaldo.
A suposta fraude compromete a legalidade da eleição de Ednaldo, que havia sido homologada em fevereiro com base no acordo agora anulado. O desembargador destacou que o Coronel Nunes, convocado para audiência no início da semana, não compareceu por problemas de saúde. Um atestado médico apresentado à Corte aponta que o ex-dirigente sofre de déficit cognitivo, hidrocefalia, tonturas e ataxia, o que pode ter comprometido sua capacidade de decisão à época da assinatura.
Além do laudo médico, a decisão judicial levou em conta um exame grafodocumentoscópico que indicou inconsistências nas assinaturas de Nunes em documentos recentes. Com base nessas evidências, Zefiro determinou o afastamento imediato de Ednaldo e a anulação do acordo firmado entre as partes.
Com a decisão, o vice-presidente Fernando Sarney foi nomeado interventor da entidade e terá a responsabilidade de convocar novas eleições “o mais breve possível”.
Enquanto isso, o cenário político da CBF segue agitado. O manifesto assinado por 19 presidentes de federações estaduais reforça a necessidade de mudanças internas. “Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência”, diz um trecho do texto.
As federações de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso e Amapá não aderiram ao manifesto.
Na semana anterior, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia sido acionado por duas denúncias contra Ednaldo Rodrigues, uma protocolada pela deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) e outra por Fernando Sarney. O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, rejeitou os pedidos de afastamento e remeteu o processo à Justiça fluminense, que agora determinou o afastamento do dirigente.
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