Crise na CBF: 20 clubes anunciam boicote à eleição presidencial e pedem mudanças no processo

Aline Feitosa
A eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para o próximo domingo (25), não contará com o apoio unânime dos clubes. Na noite desta quarta-feira (22), um grupo formado por 20 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro divulgou uma nota conjunta em que anuncia que seus representantes não participarão do pleito em protesto contra a forma como o processo eleitoral tem sido conduzido.

As agremiações que decidiram se ausentar são: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo e Sport.

No comunicado, os clubes exigem mais “democracia, transparência e representatividade” e expressam insatisfação com os critérios que definem a composição e o funcionamento da eleição. Apesar do protesto, o grupo afirmou que está disposto a dialogar com a nova gestão após o resultado da votação.

“Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor”, diz um trecho da nota divulgada pelos clubes.

Samir Xaud é o único candidato

A eleição contará com chapa única, encabeçada por Samir Xaud, atual presidente da Federação Roraimense de Futebol. Médico de 41 anos, ele registrou sua candidatura no último domingo (19), no Rio de Janeiro. Com apoio de 25 federações estaduais — exceção feita apenas às de São Paulo e Mato Grosso — e de 10 clubes, Xaud garantiu a inscrição da chapa.

O principal concorrente, Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, acabou inviabilizado por não reunir o número mínimo de oito federações para oficializar sua candidatura, apesar de contar com o apoio de 29 clubes.

A votação está agendada para às 10h30 do próximo domingo, na sede da CBF. O sistema de voto remoto estará disponível para permitir que clubes envolvidos em partidas do Campeonato Brasileiro possam exercer seu direito à escolha.

Racha entre os clubes

A iniciativa do boicote tenta impedir que o novo presidente da CBF seja eleito com unanimidade, repetindo o cenário da controversa reeleição de Ednaldo Rodrigues, ocorrida recentemente. Nos bastidores, há um sentimento de arrependimento por parte de dirigentes que, à época, optaram pelo apoio irrestrito. Agora, questiona-se a real autonomia que Samir Xaud teria para comandar a entidade.

Por outro lado, nove clubes que inicialmente se mostraram insatisfeitos com o processo ainda não aderiram ao boicote de forma oficial. São eles: Atlético-MG, Bahia, Ceará, Bragantino e Vitória (Série A), além de Avaí, Ferroviária, Operário-PR e Vila Nova (Série B). O Athletic Club, de Minas Gerais, adotou uma postura de neutralidade.

Entre os clubes que declararam apoio à candidatura de Xaud estão: Vasco, Botafogo, Palmeiras, Grêmio, Remo, Paysandu, Amazonas, CRB, Volta Redonda e Criciúma.

Com a eleição praticamente definida, resta saber qual será a disposição da futura gestão em ouvir os clubes insatisfeitos e reformar um sistema que, mais uma vez, volta a ser alvo de críticas por sua falta de pluralidade e representatividade.

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