A preparação de Camarões para a Copa Africana de Nações ganhou contornos explosivos após denúncias que envolvem diretamente Samuel Eto’o, presidente da Federação Camaronesa de Futebol. Segundo o jornal inglês The Sun, o dirigente teria tentado impedir a convocação de Vincent Aboubakar, capitão e um dos principais nomes do país, para evitar que o atacante se aproxime de seu recorde histórico de gols.
Eto’o é o maior artilheiro da seleção camaronesa, com 56 gols em 118 partidas. Aboubakar, hoje no Neftchi PFK, do Azerbaijão, soma 45 gols em 117 jogos e está a apenas 12 tentos de igualar o ex-atacante, o que teria motivado a suposta manobra nos bastidores.
A acusação chega em meio a uma profunda crise institucional. Na última semana, Eto’o demitiu o técnico Marc Brys, alegando “insubordinação” e tentativa de influenciar atletas contra a federação. O belga, no entanto, afirma seguir no cargo, sustentado pelo Ministério dos Esportes, entidade que o nomeou oficialmente.
A disputa se agravou quando Brys enviou sua própria lista de convocados ao governo, incluindo Aboubakar, contrariando completamente a relação divulgada pela federação e expondo o racha entre as partes. Eto’o, por sua vez, nomeou David Pagou como comandante interino.
Com o prazo final para a lista de inscritos se encerrando em 11 de dezembro, governo e federação realizam reuniões emergenciais para tentar chegar a um consenso. A Copa Africana de Nações começa no dia 21, e Camarões corre contra o tempo para evitar que a crise administrativa contamine o desempenho em campo.