Em meio a uma grave crise financeira e política, o Corinthians anunciou na última segunda-feira (5) a suspensão, por tempo indeterminado, de contratações, promoções e ajustes salariais em todos os setores do clube. A decisão foi oficializada por meio de um comunicado assinado pelo presidente Augusto Melo e pelo diretor administrativo Ricardo Jorge, com o objetivo de conter gastos e restabelecer o equilíbrio fiscal da instituição.
De acordo com fontes ouvidas pelo Lance!, o departamento de futebol será a única área com exceções, por contar com um centro de custo próprio e maior autonomia. Mesmo assim, o comunicado ressalta que eventuais exceções nos demais setores só serão autorizadas em caráter emergencial, mediante justificativa formal e aprovação da alta cúpula do clube.
A medida surge em meio a crescentes críticas à gestão de Augusto Melo, especialmente após o número elevado de contratações para a base do futebol masculino, foram 83 reforços apenas em 2024. A situação do presidente se agravou ainda mais nesta terça-feira (6), quando a Comissão de Justiça do clube solicitou seu afastamento imediato com base na Lei Geral do Esporte, alegando gestão temerária.
A ofensiva contra Augusto Melo ganhou força após a recente reprovação das contas do clube referentes a 2024, seu primeiro ano de mandato. O Conselho Deliberativo rejeitou os demonstrativos financeiros após o CORI (Conselho de Orientação) apontar um aumento de R$ 829 milhões no passivo, que agora ultrapassa R$ 2,4 bilhões.
O conselheiro Romeu Tuma Jr., um dos principais articuladores da oposição, convocou entrevista coletiva para esta quarta-feira (7), quando deve detalhar os próximos passos do processo. Em caso de afastamento definitivo do presidente, a medida ainda precisaria ser ratificada por uma Assembleia Geral do clube.