O Corinthians vê no repasse da LFU (Liga Forte União do Futebol Brasileiro), previsto para dezembro, a principal alternativa para aliviar sua delicada situação financeira e encerrar o transfer ban imposto pela Fifa. A expectativa é de que a receita proveniente da participação na Série A do Campeonato Brasileiro seja utilizada para quitar a dívida com o Santos Laguna, do México, referente à compra do zagueiro Félix Torres.
O valor exato do repasse ainda não está definido, já que depende do desempenho do time no Brasileirão e também dos índices de audiência. Ainda assim, a diretoria considera a entrada de caixa essencial, já que dificilmente conseguirá pagar integralmente a dívida, estimada em mais de R$ 40 milhões, antes do fim do ano.
Em negociações anteriores, o clube tentou junto à LFU o adiantamento de R$ 27 milhões da fatia de performance e um empréstimo de R$ 30 milhões. No entanto, as tratativas foram encerradas em agosto, após o presidente Osmar Stabile recusar a contrapartida exigida: a prorrogação do vínculo contratual com a liga até 2030.
O Corinthians já manifestou ter condições de pagar cerca de 70% da dívida com os mexicanos, mas o Santos Laguna exige quitação total e à vista, sem possibilidade de parcelamento.
A receita prevista da LFU, porém, pode ter um impacto ainda maior. Além da pendência com o clube mexicano, o Timão também corre risco de sofrer novas punições. Caso não acerte o pagamento com o meia paraguaio Matías Rojas até 7 de outubro, a equipe pode ser novamente punida pela Fifa, em uma cobrança que supera R$ 40 milhões.
Em agosto, o Corinthians recebeu aproximadamente R$ 64 milhões — R$ 50 milhões da Nike e R$ 14 milhões pela venda do atacante Kauê Furquim ao Bahia. O montante, no entanto, foi destinado ao custeio de despesas correntes e não serviu para reduzir as dívidas que ameaçam o clube com novos transfer bans.