Conmebol investiga possível caso de xenofobia em São Paulo x Talleres pela Libertadores

Aline Feitosa
A Conmebol anunciou na última quarta-feira (28) a abertura de uma investigação sobre um possível caso de xenofobia ocorrido na partida entre São Paulo e Talleres, pela última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América, no estádio Morumbis. A entidade vai apurar os fatos antes de decidir se haverá alguma punição. A abertura do processo não implica, necessariamente, em sanções imediatas.

O episódio teria envolvido o atacante Bobadilla, do São Paulo, e o venezuelano Navarro, jogador do Talleres. O caso ocorreu após o segundo gol da equipe paulista, em um momento de tensão dentro de campo. Navarro foi ouvido pela polícia ainda no estádio e registrou um boletim de ocorrência, enquanto Bobadilla deixou o local sem prestar depoimento.

De acordo com o delegado Rodrigo Correa Baptista, titular da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), responsável pela investigação no âmbito policial, o jogador do São Paulo deverá comparecer à delegacia até sexta-feira para apresentar sua versão. O delegado afirmou, ainda, suspeitar que Bobadilla tenha deixado o estádio para evitar um possível flagrante.

Posteriormente, o atacante do Tricolor gravou um vídeo com um pedido público de desculpas.

“Foi um jogo muito quente, com clima tenso. Depois do nosso segundo gol, tive uma troca de palavras com o jogador do Talleres. Fui ofendido primeiro, ele também me tratou com desprezo. Nunca tive a intenção de discriminar ninguém, mas reagi mal no calor do momento. Quero me desculpar publicamente e também pessoalmente, se tiver oportunidade. Um abraço a todos”, declarou.

Navarro, por sua vez, recebeu apoio do Talleres e também se manifestou nas redes sociais.

“Gostaria de poder ter em minhas mãos a solução para a fome que meu país vive. Espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não acredito que se possa fazer muito contra a pobreza mental”, escreveu o venezuelano.

Segundo o Código Disciplinar da Conmebol, atitudes discriminatórias ou de xenofobia podem render ao infrator suspensão mínima de dez partidas ou quatro meses. Em caso de reincidência, a punição pode chegar à proibição de exercer atividades ligadas ao futebol por até cinco anos.

Neste ano, a Conmebol já aplicou uma punição semelhante: o meio-campista Pablo Ceppelini, do Alianza Lima, foi suspenso por quatro meses após ser acusado de proferir ofensas xenofóbicas contra torcedores do Boca Juniors, na Argentina, também durante a Libertadores.

O caso envolvendo São Paulo e Talleres segue em análise pela Conmebol e pelas autoridades brasileiras.

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