Quase cinco anos depois do acidente que quase lhe custou a vida no GP do Bahrein de 2020, Romain Grosjean voltou a acelerar um carro de Fórmula 1. O francês, hoje ex-piloto da categoria, participou nesta sexta-feira (26) de um teste de pneus da Pirelli, em Mugello, ao volante de um Haas VF-23, modelo da equipe americana usado em 2023.
O retorno marcou o reencontro de Grosjean com a escuderia que defendeu entre 2016 e 2020. Nem mesmo a chuva atrapalhou a atividade, que teve como objetivo avaliar os compostos da próxima temporada. O francês completou voltas de avaliação e, ao fim do dia, foi aplaudido de pé por mecânicos da Haas, Ferrari e Red Bull. A recepção emocionou o piloto:
“ Eles me fizeram chorar no fim do dia. Mantive a viseira baixa, mas quando parei, todos estavam lá me aplaudindo. Era algo que eu esperava em Abu Dhabi 2020, mas foi ainda melhor hoje”, disse Grosjean.
Durante a sessão, ele usou um capacete especial, com desenho feito pelos filhos Sacha, Simon e Camille para o GP de Abu Dhabi de 2020, corrida que ele não chegou a disputar devido às queimaduras sofridas no acidente no Bahrein.
Naquele episódio, a Haas de Grosjean colidiu a 191 km/h contra o guard rail, partiu ao meio e pegou fogo. O francês suportou uma desaceleração de 67 G, mas conseguiu escapar das chamas, tornando-se símbolo de sobrevivência da Fórmula 1 moderna.
Após deixar a categoria, Grosjean seguiu carreira na Fórmula Indy, onde correu por quatro temporadas, além de competir em provas do IMSA e nas 24 Horas de Le Mans.
A Mercedes, que havia convidado o piloto para um teste em 2021, celebrou a volta do francês às pistas da F1:
“Que momento épico de ciclo completo. A história recebeu o final que merecia”, publicou a equipe alemã.
Entre emoção, lembranças e simbolismo, Mugello marcou um reencontro especial de Grosjean com a Fórmula 1, desta vez, sob aplausos em vez de chamas.