O CEO da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF), Steve Dainton, afirmou que Hugo Calderano é o principal responsável por não ter conseguido participar do WTT Grand Smash, realizado em Las Vegas, nos Estados Unidos. O atleta brasileiro teve a entrada negada no país devido a um problema com o processo de entrada via isenção de visto.
“É uma grande decepção que o Hugo não tenha podido vir. Ele é um jogador incrível, com resultados recentes que mostram que é atualmente um dos melhores do mundo. Tê-lo competindo no próprio continente seria importante para nós”, declarou Dainton, em entrevista à organização do evento.
Apesar de reconhecer o impacto da ausência, o dirigente destacou que os atletas devem se preparar com antecedência para eventos internacionais, especialmente em questões burocráticas. “Temos incentivado os jogadores a se planejarem com meses de antecedência para questões de visto. Aqueles que o fizeram não tiveram grandes problemas. A USATT tem sido muito prestativa nesse processo. Ser um atleta profissional vai além do desempenho na mesa, é também assumir responsabilidades fora dela”, afirmou.
Calderano, que possui passaporte europeu, se enquadra no Programa de Isenção de Visto dos EUA e, por isso, precisava apenas preencher o formulário eletrônico ESTA. No entanto, o pedido foi negado pelas autoridades americanas devido a uma visita anterior do atleta a Cuba, em 2023, quando participou dos Jogos Pan-Americanos. A Lei de Melhoria do Programa de Isenção de Visto e Prevenção de Viagens Terroristas, de 2015, impede a entrada automática de viajantes que tenham estado em países considerados sensíveis após 2021, exigindo, nesses casos, um visto formal.
Segundo a assessoria do atleta, Calderano tentou recorrer à Associação de Tênis de Mesa dos Estados Unidos (USATT) e ao Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA (USOPC), mas foi informado de que não haveria tempo hábil para uma entrevista consular, o que inviabilizou sua participação no torneio.
Diante do impasse, o brasileiro ficou fora do WTT Grand Smash. Em nota, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa manifestou apoio ao atleta e lamentou o desfecho da situação.