CBF apresenta proposta de Fair Play Financeiro e prevê início em 2026 com regras rígidas para clubes

Aline Feitosa
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta terça-feira (11), no Rio de Janeiro, a primeira versão do Fair Play Financeiro do futebol brasileiro. O anúncio foi feito durante a última reunião do Grupo de Trabalho (GT) responsável pela elaboração do projeto, após três meses de debates entre clubes, federações e entidades do setor.

Os participantes poderão enviar sugestões até o dia 14 de novembro, e a versão final do regulamento será publicada em 26 de novembro. A implantação do sistema está prevista para janeiro de 2026.

De acordo com a CBF, 77 instituições, entre clubes, federações e órgãos ligados à indústria do futebol, participaram do processo de construção das diretrizes. Segundo Helder Melillo, diretor executivo da entidade e relator do GT, cerca de 80% das contribuições apresentadas foram incorporadas à proposta.

“Ficamos muito felizes com a ampla participação dos clubes e federações, que demonstra o sucesso desse novo modelo de gestão da CBF, pautado pelo diálogo e pela construção coletiva. O regulamento reflete, em grande parte, as propostas dos participantes. O que não couber ao escopo da CBF, trataremos como interlocutores junto às instâncias competentes”, afirmou Melillo.

Entre os temas mais debatidos nos encontros, pagamentos em atraso e padronização contábil lideraram as sugestões, com 12 e 10 menções, respectivamente.

O sistema de sustentabilidade financeira será sustentado por quatro eixos principais:

  • Controle de dívidas em atraso;
  • Equilíbrio operacional;
  • Controle de custos com o elenco;
  • Gestão do endividamento de curto prazo.

O regulamento também estabelece regras específicas para equipes em processo de recuperação judicial, como a limitação da folha salarial e a obrigação de equilíbrio financeiro nas janelas de transferências.

O Fair Play Financeiro contará com um sistema progressivo de punições para clubes que descumprirem as normas. As sanções vão desde advertências até medidas mais severas:

  1. Apresentação de plano de ação (na primeira violação);
  2. Advertência pública;
  3. Multa pecuniária;
  4. Retenção de receitas;
  5. Restrição para inscrição de atletas (transfer ban);
  6. Dedução de pontos;
  7. Rebaixamento;
  8. Não concessão ou cassação da licença de clube.

Com o novo modelo, a CBF busca fortalecer a sustentabilidade financeira do futebol brasileiro, incentivar a gestão responsável e reduzir o número de equipes endividadas, aproximando-se das práticas já adotadas nas principais ligas europeias.

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