Canadá e França enfrentam impasse com testes genéticos exigidos pela World Athletics antes do Mundial
No Canadá, corredoras foram informadas de que os testes feitos durante o último Campeonato Nacional não atenderam aos critérios definidos pela entidade máxima do atletismo. A Athletics Canada contratara a empresa Dynacare para realizar os exames do gene SRY, marcador utilizado na verificação do sexo biológico. Porém, segundo comunicado da federação, a companhia admitiu que os kits usados “não estavam em conformidade com os padrões exigidos”.
“Estamos fazendo tudo ao nosso alcance, em benefício das atletas, para garantir que o prazo seja cumprido”, afirmou o diretor-executivo Mathieu Gentes, ressaltando que a federação trabalha em “tempo real” para resolver o impasse. Novos kits de teste já estão sendo enviados às competidoras que vivem no Canadá e nos Estados Unidos.
A situação na França é ainda mais complicada. A Federação Francesa de Atletismo (FFA) planejava realizar os exames durante o campeonato nacional, mas foi impedida após os Ministérios da Saúde e do Esporte declararem os testes ilegais, com base na Lei de Bioética Francesa, em vigor desde 1994. “Nenhuma ação foi realizada”, reconheceu a FFA em nota à Reuters. A federação espera uma solução conjunta com a World Athletics para que as atletas não sejam prejudicadas.
Jackie Brock-Doyle, diretora de Projetos Especiais da World Athletics, disse que a entidade busca alternativas para que as francesas realizem os exames fora do país, em competições internacionais ou estágios de preparação. Segundo ela, já há conversas com federações da Polônia, Bélgica e Suíça para viabilizar os testes durante etapas da Liga Diamante nesses países.
O regulamento que introduziu a obrigatoriedade do teste do gene SRY foi aprovado em março deste ano. Na época, o presidente da World Athletics, Sebastian Coe, defendeu a medida como essencial para a integridade esportiva:
“É extremamente importante, em um esporte que busca constantemente atrair mais mulheres, que elas tenham a certeza de que não existe um teto biológico invisível. O teste de verificação do sexo biológico é um passo fundamental para garantir isso.”
Apesar das dificuldades relatadas, a World Athletics não acredita que haverá baixas no Mundial. Brock-Doyle estima que entre 40% e 50% das atletas já passaram pelo procedimento e garantiu que aquelas que realizarem o exame dentro do prazo, mesmo sem resultado imediato, estarão liberadas para competir no Japão. “Nem todos os resultados estarão disponíveis a tempo, pois em alguns países o processamento pode levar duas ou três semanas”, explicou.
A dirigente também rebateu críticas sobre a pressa na implementação da medida: “Teria sido melhor termos mais tempo? Talvez. Mas escolhemos o Mundial porque ele reúne mais de 80% das atletas de elite da modalidade.”
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