O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, segue no centro de uma grave apuração sobre possível envolvimento em esquema de manipulação de resultados. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) recebeu em 7 de junho o inquérito com todos os elementos da investigação, e agora tem um prazo de 60 dias a partir dessa data para decidir se formaliza a denúncia ou arquiva o caso.
O documento, segundo fontes ligadas ao processo, recomenda que o jogador seja enquadrado no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de “atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende”. Se condenado, Bruno Henrique pode pegar de três a seis meses de suspensão, além do pagamento de multa. Há ainda a possibilidade de afastamento preventivo dos gramados enquanto o caso é analisado.
No momento, não há data definida para a apresentação oficial da denúncia. O STJD ainda avalia se outros envolvidos serão incluídos no processo. Entre eles está Wander Nunes Júnior, irmão de Bruno Henrique e ex-jogador de futebol, citado durante a apuração.
A principal acusação contra o atacante é a de que ele teria recebido um cartão amarelo de forma intencional durante a partida entre Flamengo e Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023, supostamente com o objetivo de beneficiar os apostadores. O episódio é semelhante a outros casos de manipulação investigados no futebol brasileiro nos últimos anos.
Além do âmbito esportivo, Bruno Henrique também é alvo de investigação no Ministério Público do Distrito Federal, sob suspeita de estelionato e fraude.
A situação do jogador é delicada e coloca em alerta o Flamengo e o futebol nacional. Caso a denúncia seja confirmada, o julgamento pode representar mais um capítulo da série de escândalos relacionados a apostas que vêm abalando os bastidores do esporte no Brasil.