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Brasileira é suspensa na Albânia após rivais questionarem gênero sem provas: “O mundo desabou ao meu redor”

20:11, 9 novembro 2025
Aline Feitosa
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A jogadora brasileira Nayara Ferreira, de 32 anos, vive um dos momentos mais difíceis da carreira. Atleta do Dinamo, um dos principais clubes da Albânia, ela foi suspensa pela Federação Albanesa de Voleibol depois que equipes rivais levantaram dúvidas sobre seu gênero, sem apresentar qualquer evidência.

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A decisão, que afastou a jogadora de diversas partidas desde outubro, veio após denúncias dos clubes Vllaznia e Pogradeci, que alegaram, sem provas, que Nayara seria homem ou estaria sob terapia hormonal para melhorar o desempenho.

“O mundo desabou ao meu redor. Ninguém nunca havia questionado meu gênero antes. Por que estão fazendo isso só comigo?”, desabafou Nayara em entrevista à Reuters, em seu apartamento nos arredores de Tirana, capital albanesa.

Segundo documentos obtidos pela agência, a federação enviou uma carta ao Dinamo no dia 6 de outubro, informando a intenção de realizar testes “para verificar o desempenho físico natural da jogadora e determinar seu gênero”. Poucos dias depois, em 13 de outubro, o órgão determinou que Nayara comparecesse a um laboratório específico para realizar o exame.

A brasileira se recusou a fazer o teste sob essas condições, afirmando que a exigência era discriminatória e humilhante, e acabou suspensa. Por iniciativa própria, ela realizou um exame em uma clínica independente, cujo resultado deve ser divulgado em breve.

A Federação Internacional de Voleibol (FIV) confirmou que acompanha o caso e mantém contato tanto com Nayara quanto com a federação albanesa, mas ressaltou que as regras de elegibilidade em competições nacionais são de responsabilidade das entidades locais.

Enquanto o impasse não se resolve, Nayara vive dias de medo e insegurança.

“Não me sinto mais segura. Toda vez que saio às ruas, penso: ‘Talvez algo aconteça’”, contou.

O técnico do Dinamo, Orlando Koja, lamentou a ausência da jogadora e criticou o impacto que o caso pode ter no esporte feminino no país.

“A situação é muito séria. As meninas e eu estamos dando todo o apoio à Nayara. Somos pessoas do esporte e não queremos lidar com fofocas”, afirmou.

Com Nayara afastada, o Dinamo, atual vice-líder do campeonato albanês, tenta manter o foco dentro de quadra, mas o episódio expõe um grave problema de preconceito e falta de transparência no esporte local, e levanta uma discussão global sobre respeito, dignidade e direitos das mulheres atletas.

Publicado em: Notícias,
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