A negociação entre Barcelona e Nico Williams, um dos nomes mais promissores do futebol espanhol, foi oficialmente encerrada, e os bastidores da decisão vêm gerando polêmica. De acordo com Miguel Galán, presidente do Centro Nacional de Treinadores de Futebol da Espanha (RFEF), o fracasso da contratação foi provocado por uma reunião estratégica entre Javier Tebas, presidente da La Liga, e a diretoria do Athletic Bilbao.
Segundo Galán, durante o encontro, Tebas teria revelado dados confidenciais sobre a saúde financeira do Barcelona, aumentando a insegurança do staff do jogador. “Foram apresentados demonstrativos financeiros intermediários do clube, indicando a ausência de receitas provenientes da venda de assentos VIP, redução do LCPD (Limite de Custo com Plantel Desportivo) e a atual impossibilidade de inscrever novos atletas, conforme as regras do fair play financeiro”, afirmou o dirigente em publicação nas redes sociais.
O impacto da reunião foi imediato. Diante das informações, o estafe de Nico Williams exigiu uma cláusula de liberação no contrato como forma de proteção. No entanto, a proposta foi recusada pelo Barcelona, o que, segundo Galán, selou o fim das tratativas. Para ele, a ação da La Liga teve como objetivo “gerar preocupação exagerada” na família do atleta e forçar um recuo na transferência.
Nesta sexta-feira (4), o desfecho ganhou contornos oficiais. Nico Williams, de 22 anos, anunciou a renovação de contrato com o Athletic Bilbao até 2035. O novo vínculo inclui uma cláusula de rescisão no valor de 90 milhões de euros (cerca de R$ 572,8 milhões). Além do Barcelona, o Bayern de Munique também estava na disputa pelo jovem atacante.
O episódio reacende o debate sobre o papel institucional da La Liga nas movimentações de mercado e levanta questionamentos sobre a transparência e neutralidade da entidade em negociações envolvendo clubes espanhóis.