Augusto Melo tenta retomar presidência do Corinthians e reacende crise política no clube

Aline Feitosa
O último sábado (31) foi marcado por mais um capítulo turbulento na já conturbada política interna do Corinthians. Afastado da presidência, Augusto Melo tentou articular nos bastidores um retorno ao comando do clube, alegando respaldo estatutário e apoio de aliados. A ação provocou nova onda de tensão no Parque São Jorge e foi classificada por opositores como uma tentativa de golpe institucional.

Na saída da sede social do clube, Melo declarou à CNN Brasil que ainda se considera presidente legítimo do Corinthians e afirmou que sofreu ameaças nas dependências do CT. Ele prometeu registrar boletins de ocorrência e afirmou que o movimento feito neste sábado é legal.

“O Conselho é soberano, é a democracia corintiana em ação. Não há golpe. Estamos apenas cumprindo o estatuto. Eu fui ameaçado, vou fazer meu BO. Foram eles que provocaram. Sou o presidente do Corinthians”, afirmou Melo.

A articulação que tenta recolocar Augusto Melo no poder teve como figura central Maria Angela de Souza Ocampos, primeira secretária do Conselho Deliberativo e aliada do dirigente. Ela declarou ter assumido a presidência do Conselho de forma interina, após o afastamento de Romeu Tuma Júnior, que estava à frente da pasta. A movimentação se deu em razão da ausência do vice-presidente Roberson de Medeiros, que está afastado por licença médica.

Segundo Maria Angela, todas as decisões tomadas pelo Conselho Deliberativo desde o dia 9 de abril — incluindo o impeachment de Augusto Melo, seriam passíveis de anulação. Essa interpretação abriria caminho para o retorno do ex-mandatário ao cargo.

A reação foi imediata. Tuma Júnior classificou a iniciativa como “tentativa de golpe institucional” e reiterou que o processo de afastamento de Melo seguiu todos os trâmites legais e foi reconhecido judicialmente.

“É uma tentativa de golpe perpetrada por um ex-presidente afastado por um processo legítimo, conduzido de forma regular e validado pela Justiça”, declarou Tuma à CNN.

A crise interna também provocou manifestações públicas dentro da própria base de Augusto Melo. Armando Mendonça, vice do ex-presidente, divulgou nota oficial criticando duramente a tentativa de retomada da presidência, sinalizando um possível racha entre os antigos aliados.

O episódio deste sábado aprofunda a instabilidade política no Corinthians, que já vivia dias difíceis após a eliminação precoce na Copa Sul-Americana e a pressão crescente sobre a diretoria. A situação jurídica e administrativa do clube deve ser tema de novos embates nos próximos dias, com desdobramentos que podem afetar diretamente o futuro da atual gestão.

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