ATP cria regra para calor extremo e passa a adotar protocolo médico a partir de 2026

Aline Feitosa
A ATP Tour anunciou que passará a aplicar, a partir da temporada 2026, uma nova política específica para partidas disputadas sob condições de calor extremo. A decisão foi tomada após uma série de episódios preocupantes registrados ao longo do ano, especialmente durante o Masters de Xangai, marcado por abandonos e atendimentos médicos causados por temperaturas elevadas e alta umidade.

A entidade responsável pelo circuito masculino informou que o novo regulamento terá como base o índice Wet Bulb Globe Temperature (WBGT), parâmetro internacionalmente reconhecido para avaliar o estresse térmico no corpo humano em ambientes com exposição ao sol. Segundo a ATP, o modelo define critérios objetivos tanto para a adoção de medidas de resfriamento quanto para a interrupção dos jogos.

Em comunicado divulgado na segunda-feira (15), a organização destacou o caráter preventivo da mudança. “A nova regra de calor estabelece uma abordagem estruturada, com respaldo médico, para lidar com temperaturas extremas, tendo como prioridade a saúde e a segurança dos atletas”, afirmou a entidade.

Além de proteger os jogadores, a ATP ressaltou que a política também deve melhorar as condições de trabalho de árbitros, boleiros, equipes de apoio e a experiência do público presente nos torneios.

Pelas novas diretrizes, quando o WBGT alcançar 30,1 °C ou mais durante os dois primeiros sets de uma partida de simples disputada em melhor de três sets, qualquer um dos tenistas poderá solicitar uma pausa de resfriamento de 10 minutos ao final do segundo set, válida para ambos os jogadores. Nesse intervalo, será permitido hidratar-se, trocar de roupas, tomar banho e receber orientações técnicas, sempre sob supervisão médica. Caso o índice ultrapasse 32,2 °C, a partida deverá ser suspensa.

A pressão por uma regra mais clara ganhou força após situações extremas vividas recentemente no circuito. Em outubro, o número dois do mundo, Jannik Sinner, abandonou a defesa do título em Xangai após sofrer fortes câimbras na coxa direita e apresentar dificuldades para caminhar durante a partida contra Tallon Griekspoor.

No mesmo torneio, Novak Djokovic chegou a vomitar em quadra no duelo com Yannick Hanfmann, enquanto Holger Rune, durante atendimento médico frente a Ugo Humbert, questionou se os jogadores precisariam “morrer em quadra” diante do calor e da umidade.

Outro episódio emblemático ocorreu em agosto, no ATP de Cincinnati, quando Arthur Rinderknech desmaiou em quadra sob condições sufocantes antes de ser derrotado por Felix Auger-Aliassime, reforçando o debate sobre a necessidade de protocolos mais rígidos.

Até então, o regulamento da ATP deixava a decisão sobre a continuidade ou suspensão das partidas por condições climáticas adversas, incluindo calor extremo, a cargo de um supervisor presente no local, em conjunto com equipes médicas e autoridades locais. Com a nova política, a entidade passa a adotar critérios padronizados.

A mudança também aproxima a ATP da WTA, que já conta com normas semelhantes, além dos quatro torneios do Grand Slam, que permitem pausas estendidas e interrupções em situações extremas.

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