O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do GAECO, deflagrou nesta terça-feira (20) a Operação Totonero para investigar o atacante Ênio, do Juventude, por suspeita de envolvimento em um esquema de manipulação de cartões amarelos no Campeonato Brasileiro
Dois mandados de busca foram cumpridos em Caxias do Sul: um na residência do jogador e outro no Estádio Alfredo Jaconi, em seu armário pessoal. A investigação teve início após a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Governo Federal receberem relatórios de casas de aposta apontando movimentações anormais envolvendo apostas específicas em cartões aplicados ao atleta.
Ênio é investigado por organização criminosa, possível estelionato e por infringir o artigo 198 da Lei Geral do Esporte, que prevê pena de dois a seis anos de prisão, além de multa, para quem tenta manipular resultados de competições esportivas com ganhos indevidos.
As apostas consideradas suspeitas envolvem duas partidas do Brasileirão 2025. Na estreia do Juventude contra o Vitória, Ênio recebeu cartão amarelo aos 36 minutos do primeiro tempo por reclamação. O outro lance ocorreu na derrota por 5 a 0 para o Fortaleza, quando o jogador foi advertido por uma falta em Lucas Sasha.
Relatórios apontam que apostas específicas para Ênio receber cartões chegaram a representar mais de 10% do volume total de apostas, número muito acima da média, que normalmente não passa de 1%. Em uma das casas, foram apostados 10 mil euros (cerca de R$ 64 mil).
A Associação Internacional de Integridade em Apostas (IBIA) confirmou as suspeitas em relatório e identificou, entre os apostadores, três atletas, o que agrava ainda mais o caso, já que jogadores são proibidos de realizar apostas esportivas.
As investigações seguem em andamento, e o Ministério Público não descarta o envolvimento de outros nomes no esquema.