Astro do basquete indonésio pode enfrentar pena de morte após prisão por cannabis

Shaw foi detido na entrada do prédio onde morava, ao descer para receber uma encomenda: um pacote com mais de 130 gomas de cannabis importadas ilegalmente. O caso ganhou grande repercussão porque a Indonésia adota política de tolerância zero em relação a entorpecentes, com punições que vão de prisão perpétua até a pena de morte.

O jogador, no entanto, afirma que a cannabis não era destinada ao comércio, mas sim ao tratamento da doença de Crohn, uma inflamação intestinal crônica e incurável.

“Uso a cannabis para fins medicinais. Não existe outro remédio que alivie minhas dores de estômago”, declarou em entrevista ao The Guardian.

Shaw contou ainda que conseguia suportar os sintomas durante os jogos, mas que o agravamento das crises o levou a importar as balas de cannabis. Ele também lembrou que passava as intertemporadas na Tailândia, onde o uso da substância é legalizado.
“Tem gente dizendo que vou passar o resto da vida preso por causa de balas comestíveis. Os dois primeiros meses foram os piores da minha vida, me sentia sozinho, sem forças para levantar da cama”, desabafou.

Logo após a prisão, as autoridades indonésias convocaram uma coletiva para detalhar o caso e reforçar a investigação sobre possíveis conexões com redes internacionais de tráfico.

Shaw conta agora com o apoio do Last Prisoner Project (LPP), organização que atua em defesa de pessoas criminalizadas pelo uso de cannabis. Donte West, advogado do atleta, reforçou o caráter humanitário da luta:
“A cannabis não mata, mas a posse dela pode. Queremos que este caso seja um precedente para reformas urgentes. Estou comprometido em trazer Jarred de volta para casa, para perto de sua mãe”.