Arena Barueri é interditada pela FPF, e Palmeiras vê possível retaliação política em decisão
Segundo o documento, o motivo da interdição seria a realização de “reformas e impossibilidade de realização de jogos com público” — justificativa genérica que gerou forte reação nos bastidores do clube alviverde.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, avalia a medida como um possível abuso de poder, interpretando a decisão como retaliação direta ao seu apoio a Samir Xaud na eleição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em detrimento de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF.
Leila declarou apoio a Xaud, que será candidato único à presidência da CBF, com respaldo de 25 federações estaduais e dez clubes, o que inviabilizou a candidatura de Bastos, que contava com apoio majoritário dos clubes, mas apenas duas federações.
A leitura de retaliação política já é discutida nos bastidores, e o departamento jurídico do Palmeiras avalia recorrer da interdição, inclusive ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), se necessário.
A Federação afirma que a decisão de vetar o estádio se baseia no Artigo 8º, inciso 4º, do Regulamento Geral de Competições, que impede a realização de partidas sem público. Segundo a entidade, o próprio Palmeiras enviou um ofício no dia 16 de maio informando que a Arena Barueri passaria por obras e não teria condições de receber torcedores até o final de junho.
Mesmo assim, o clube chegou a disputar uma partida sem público no local — contra a Ferroviária, em 14 de maio, pelo Paulistão Feminino —, alegando a mesma justificativa das reformas. A FPF, por sua vez, rebate, dizendo que não autorizou a realização da partida nessas condições e que qualquer clube que descumprir o regulamento estará sujeito a sanções.
A medida afeta diretamente o time feminino do Palmeiras, que utiliza a Arena Barueri como sede no Campeonato Paulista Feminino, tanto na categoria profissional quanto no Sub-20. Categorias de base como Sub-15, Sub-17 e Sub-20 continuam mandando jogos na Academia de Futebol 2, mas, se o clube desejar realizar uma partida de maior apelo popular na Arena Barueri, isso também estará vetado.
Vale destacar que a interdição não se estende às competições organizadas pela CBF ou pela Conmebol. Em 2025, o Palmeiras já mandou clássicos importantes na Arena, contra São Paulo e Corinthians, válidos pelo Brasileirão, após um investimento de mais de R$ 50 milhões em reformas no estádio feito por uma das empresas da presidente Leila Pereira.
A reportagem questionou a FPF sobre os detalhes das reformas mencionadas na portaria e se há exigências específicas que o estádio precisa atender. Também foi solicitado posicionamento oficial do presidente Reinaldo Carneiro Bastos sobre as suspeitas de motivação política. Até o momento, a Federação não comentou o assunto.
Além da Arena Barueri, outros três estádios foram interditados recentemente pela FPF:
- CT do Red Bull Bragantino: vetado por conta de reforma no gramado.
- Estádio Carlos Ferracini (Caieiras): interditado devido à falta de isolamento adequado para o setor visitante.
Estádio José Liberatti (Osasco): barrado por ausência de documentação regular e vigente.
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