Após recusar convocação, Acerbi expõe atrito com Spalletti: “Não fico onde não sou desejado”

Segundo o comandante da Azzurra, Acerbi já havia sinalizado insegurança quanto à possibilidade de defender a Itália antes mesmo da final continental. “Ele me avisou por mensagem nesta manhã e depois conversamos por telefone. Não é uma questão física, ele apenas refletiu sobre o momento e optou por não vir”, afirmou Spalletti. “Já havia expressado dúvidas anteriormente, o que é compreensível. Chegamos ao fim da temporada esgotados. Convocar nesses contextos nunca é simples”, acrescentou.

A versão de Acerbi, no entanto, contradiz o tom diplomático do treinador. Em comunicado publicado nas redes sociais, o defensor fez um longo desabafo, citando a falta de respeito como o verdadeiro motivo para a recusa.

“Depois de muita reflexão, comuniquei hoje à comissão técnica que não aceitaria a convocação. Vestir a camisa azul sempre foi motivo de orgulho, mas diante dos últimos acontecimentos, não existem condições pacíficas para continuar. Exijo respeito. E, se esse respeito não vem de quem lidera o grupo, prefiro me afastar”, escreveu Acerbi.

O jogador deixou claro que a decisão não foi motivada por frustração com a derrota na Champions nem por desânimo, mas por uma leitura clara do ambiente: “Não sou de recusar convocação, sempre dei tudo. Mas não fico onde não sou desejado. Está evidente que não faço parte dos planos do treinador. Desejo sorte aos meus companheiros e seguirei torcendo pela Itália com o mesmo carinho com que sempre honrei essa camisa.”

O desgaste entre os dois não é recente. Em março de 2024, Acerbi foi cortado da seleção após um episódio de racismo envolvendo Juan Jesus, do Napoli, caso do qual seria posteriormente absolvido. Já em 2025, ao ser questionado por que não convocava mais o veterano, Spalletti ironizou a situação com um sorriso: “Você sabe quantos anos ele tem?”

A Itália agora se prepara para enfrentar Noruega e Moldávia nos dias 6 e 9 de junho, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. E, ao que tudo indica, seguirá sem Acerbi, não por opção técnica, mas por um rompimento que escancarou fissuras internas na seleção.