Após ataques e acusações, FIA e equipes defendem Kimi Antonelli e rechaçam teoria de favorecimento a Norris

Aline Feitosa
O calouro Andrea Kimi Antonelli tornou-se alvo de uma onda de ataques virtuais após o GP do Catar, no último domingo. Nas horas que sucederam a corrida, mais de 1.100 comentários ofensivos, incluindo ameaças de morte e insultos homofóbicos, foram enviados às suas redes sociais, segundo reportagens do The Guardian e do portal The Race. Pressionado, o piloto da Mercedes chegou a retirar sua foto de perfil.

As críticas surgiram após o italiano cometer um erro na curva 11, faltando duas voltas para o fim, o que permitiu a ultrapassagem de Lando Norris, então rival direto de Max Verstappen na briga pelo título de 2025. A manobra fez com que o britânico avançasse de quinto para quarto, somando dois pontos extras que reduziram sua desvantagem no campeonato.

Diante da repercussão, a RBR divulgou um comunicado desmentindo qualquer insinuação de que Antonelli teria “facilitado” a vida de Norris.

“As imagens mostram Antonelli perdendo momentaneamente o controle do carro. Sugerir que ele abriu passagem deliberadamente é incorreto. Lamentamos profundamente que isso tenha levado a ataques online contra o piloto.”

A FIA também se manifestou com firmeza, reforçando sua campanha Unidos contra o Abuso Online e pedindo respeito a todos os envolvidos no esporte:

“É essencial que todos possam atuar em um ambiente seguro e respeitoso. Condenamos qualquer forma de assédio. Apoiamos Kimi Antonelli e pedimos compaixão dentro e fora da internet.”

As acusações contra o italiano tiveram origem ainda durante a corrida. Pelo rádio, Gianpiero Lambiase, engenheiro de Verstappen, insinuou que Antonelli teria favorecido Norris. Após a prova, Helmut Marko repetiu a crítica, lembrando o acidente entre o jovem piloto e Verstappen no GP da Áustria. Horas depois, porém, Marko voltou atrás:

“Revendo as imagens, percebi que tudo se tratou de erros de pilotagem. Lamento as críticas online. Ele não deixou Norris passar de propósito.”

Segundo The Race, além dos ataques diretos a Antonelli, a Mercedes registrou outras 350 mensagens abusivas em seus próprios perfis. O conteúdo será encaminhado à FIA.

No paddock, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, condenou as acusações contra seu piloto e chegou a conversar pessoalmente com Lambiase após a corrida. Antonelli, de 19 anos, não se pronunciou até o momento.

A disputa entre Norris e Verstappen segue acirrada: a diferença, antes de 25 pontos, caiu para 12. Um pódio em Abu Dhabi já garante o título ao britânico, mas a polêmica do Catar expôs mais do que a tensão pelo campeonato: revelou o impacto devastador da toxicidade online sobre jovens atletas.

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