No último domingo (8), o mundo do tênis testemunhou um dos maiores espetáculos da história de Roland Garros. Em uma final que já nasce histórica, Carlos Alcaraz superou Jannik Sinner de forma dramática e conquistou o bicampeonato no saibro parisiense. Em 5 horas e 29 minutos de um confronto eletrizante, o espanhol virou um duelo que parecia perdido: venceu por 3 sets a 2, com parciais de 4/6, 6/7 (4/7), 6/4, 7/6 (7/3) e 7/6 (10/2), depois de salvar três match points no quarto set.
Foi uma batalha entre os dois melhores do ranking, Sinner, o número 1, e Alcaraz, número 2, com a promessa cumprida de um embate técnico, físico e emocional no limite. Com o triunfo, Alcaraz alcança seu quinto título de Grand Slam aos 22 anos, somando-se aos troféus do US Open 2022 e dos dois Wimbledons conquistados em 2023 e 2024, além do título em Paris no ano passado.
A partida entra para a história como a final mais longa já disputada em Roland Garros, superando o duelo de 1982 entre Guillermo Vilas e Mats Wilander, que durou 4h42. No entanto, a marca de maior duração em uma final de Grand Slam ainda pertence ao embate entre Novak Djokovic e Rafael Nadal no Australian Open de 2012, com 5h53.
Desde o primeiro game, que durou intensos 12 minutos, ficou claro que seria um confronto de altíssimo nível. Os dois atletas trocaram bolas com profundidade e precisão, alternando quebras e defesas espetaculares. No primeiro set, Sinner mostrou maior regularidade nos momentos decisivos e fechou a parcial por 6/4.
O italiano manteve o bom momento no início do segundo set, abrindo 3/0 com uma quebra de vantagem. Alcaraz, mesmo oscilando, resistiu. Chegou a empatar em 5/5 após devolver a quebra e levou a parcial ao tiebreak, mas Sinner foi superior e venceu por 7/4.
Com dois sets a zero de desvantagem, o jovem espanhol se viu pressionado. Mas a virada começou no terceiro set. Alcaraz quebrou o saque de Sinner em um momento chave, aproveitou o embalo da torcida e fechou em 6/4, reacendendo suas chances no jogo.
A quarta parcial foi um drama à parte. Após um início equilibrado, Sinner conseguiu a quebra no sétimo game e teve a chance de fechar a partida sacando em 5/4. Chegou a ter três match points, mas viu Alcaraz resistir com coragem e precisão. O espanhol devolveu a quebra e levou o set ao tiebreak, onde se impôs por 7/3.
A decisão foi ao quinto set, e mais uma vez, o equilíbrio foi absoluto. Alcaraz conseguiu uma quebra precoce e parecia encaminhar o título ao sacar em 5/4, mas Sinner reagiu, quebrou de volta e levou a decisão para o tiebreak final. Com nervos de aço, o espanhol dominou o desempate e fechou em 10/2, sacramentando a virada histórica.
Carlos Alcaraz, aos 22 anos, já se firma como um dos gigantes do tênis moderno. A vitória deste domingo é mais do que um título, é a consolidação de uma mentalidade vencedora, de alguém que não apenas joga, mas batalha ponto a ponto com sangue frio, coragem e paixão.