Adam Silver promete “grande aumento” salarial às jogadoras da WNBA em novo acordo coletivo

Questionado se as atletas deveriam receber uma fatia maior da receita da liga, Silver respondeu inicialmente com um “sim”, mas fez uma ressalva em seguida:

“Acho que ‘parcela’ não é o termo certo, porque há muito mais receita na NBA. Precisamos olhar para os números absolutos, para o quanto elas estão realmente ganhando”, explicou.

“E elas vão receber um grande aumento neste ciclo de negociação coletiva, e merecem isso.”

A declaração de Silver surge em meio às discussões sobre o novo acordo entre a WNBA e o sindicato das jogadoras (WNBPA). A comissária da WNBA, Cathy Engelbert, já havia adiantado que o novo CBA será fechado em breve, embora não necessariamente até o prazo de 31 de outubro.

Atualmente, as atletas da WNBA recebem 9,3% da receita total da liga, enquanto os jogadores da NBA ficam com 49%. Mesmo com a disparidade, a WNBA vive uma fase de forte expansão: segundo levantamento da Sportico, o valor médio das 13 franquias cresceu 180% nas últimas temporadas. O Indiana Fever, impulsionado pela popularidade da estrela Caitlin Clark, teve valorização recorde de 273%, alcançando uma estimativa de US$ 335 milhões.

Além disso, a liga tem registrado aumento expressivo em audiência televisiva, venda de produtos oficiais, público nos ginásios e receitas comerciais.

Na temporada passada, o teto salarial da WNBA foi de US$ 1,5 milhão, com salários variando entre US$ 66 mil e US$ 249 mil, valores muito abaixo dos praticados na NBA.

Apesar da promessa de Silver, o comentário gerou reação imediata entre as jogadoras. A WNBPA compartilhou o vídeo da entrevista em suas redes sociais com a legenda provocativa:

“Você não quer compartilhar, @adamsilvernba?”

O descontentamento não é novo. Durante o All-Star Game deste ano, várias atletas protestaram contra os baixos salários ao entrar em quadra com camisetas estampadas com a frase “Paguem o que nos devem”.

A tensão entre o sindicato e a direção da liga se intensificou no mês passado, quando Napheesa Collier, estrela do Minnesota Lynx, criticou duramente a gestão da WNBA:

“Temos a pior liderança do mundo. Falta responsabilidade.”

Em resposta, Engelbert declarou ter “o máximo respeito” por Collier e reafirmou estar “trabalhando incansavelmente para transformar a liga”.