Acusação de xenofobia marca vitória do São Paulo sobre o Talleres na Libertadores

Aline Feitosa
Apesar da vitória do São Paulo por 2 a 1 sobre o Talleres, na última terça-feira (27), no MorumBIS, pela fase de grupos da Libertadores, a partida ficou marcada por um episódio grave fora das quatro linhas. O lateral Navarro, da equipe argentina, denunciou ter sido vítima de xenofobia durante o confronto, atribuindo a ofensa ao volante Damián Bobadilla, do Tricolor.

Em entrevista na zona mista após a partida, visivelmente abalado, Navarro revelou o que teria acontecido em campo.
“Eu apenas pedia ao árbitro para agilizar o jogo, quando, do nada, o Bobadilla me disse: ‘venezuelano morto de fome’. Quis sair de campo naquele momento, mas como já não tínhamos mais substituições, continuei. Minha cabeça não estava mais no jogo. Isso não pode se repetir, a justiça precisa ser feita”, relatou o jogador.

A acusação gerou forte repercussão. Ainda no estádio, Navarro deixou o gramado chorando e, mais tarde, reafirmou a denúncia à imprensa e à Polícia Militar de São Paulo, que registrou a ocorrência. Questionado novamente sobre o episódio, ele evitou entrar em detalhes:
“Não quero falar mais sobre isso. Quero ir pra casa. Bobadilla sabe o que ele disse. Me ofendeu”, declarou à ESPN.

A suposta injúria provocou indignação também entre os companheiros de Navarro. Durante a entrevista coletiva, o técnico Mariano Levisman lamentou o ocorrido e cobrou providências.
O capitão da equipe, Augusto Schott, foi ainda mais direto:

“Sofremos um ato de racismo. Dói muito, principalmente num cenário que prega tanto a luta contra esse tipo de comportamento. Nosso companheiro ficou profundamente abalado. Não podemos deixar isso passar”, afirmou.

Após o jogo, Navarro utilizou suas redes sociais para se manifestar novamente, dessa vez com uma reflexão mais ampla sobre a realidade de seu país e suas raízes:
“Gostaria de poder resolver o problema da fome no meu país.

Espero um dia ter abundância para ajudar. Nunca terei vergonha de onde vim. Irei até as últimas consequências diante da xenofobia que sofri hoje no Brasil, por parte de Bobadilla. O futebol não pode ser palco para discursos de ódio.”

Procurado pela imprensa, o São Paulo Futebol Clube informou que, por ora, não irá se manifestar sobre o caso.

A Conmebol ainda não se pronunciou oficialmente sobre a acusação. Enquanto isso, o episódio acende o alerta sobre a necessidade de combate firme à xenofobia e ao preconceito nos gramados sul-americanos.

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