O técnico Abel Ferreira admitiu, na noite deste domingo (7), que colocou seu cargo à disposição da presidente Leila Pereira ao fim da temporada. A iniciativa do português veio após o Palmeiras encerrar o ano sem levantar troféus, algo que não acontecia havia seis temporadas.
Depois da vitória por 3 a 1 sobre o Ceará, na Arena Castelão, Abel contou que procurou a mandatária para cumprir uma promessa feita anteriormente: deixar o comando caso não alcançasse os objetivos esportivos. Leila, no entanto, reafirmou total confiança no treinador e rejeitou qualquer possibilidade de saída.
“No mandato da Leila, ela pediu um título por ano. Este ano não ganhamos nenhum e eu disse: ‘Leila, não ganhamos nenhum’. Coloquei meu lugar à disposição, mas ela nunca duvidou. Ela vê muito além dos resultados”, relatou Abel.
Mesmo com contrato vigente até dezembro de 2025, o treinador já manifestou publicamente o interesse em assinar a renovação até 2027. Segundo ele, a documentação está encaminhada e deve ser oficializada em breve.
Abel também comentou sobre a pressão do futebol brasileiro, citando exemplos internacionais. “O Guardiola porque não ganhou ano passado é fraco? A vida de treinador é assim: chave na mão e mala ao lado”, afirmou.
Na última coletiva do ano, o comandante alviverde aproveitou para rebater reportagens relacionadas ao seu salário e a supostas premiações. Chamou de “absurdos” e “mentirosos” os valores divulgados e disse que nunca foi procurado para esclarecer as informações.
“É absurdo falarem de premiações que eu ganharia. Não tem nada disso. Sou um livro aberto — perguntem à Leila, ao Barros. É absurdo os valores divulgados tanto de salário quanto de premiação. Precisam falar a verdade para não enganar ninguém”, criticou.
O técnico ainda questionou a atuação da mídia esportiva. “A imprensa é contra o Palmeiras? Não. O Palmeiras tem 25% da imprensa, mas os outros 75% criam narrativas para prejudicar o clube”, disparou.
Ao final, Abel recordou sua chegada em 2020, enfatizando que não foi a primeira opção do Palmeiras. Segundo ele, o clube enfrentou dificuldades na busca por um nome e, após diversas negativas, avançou para contratá-lo no PAOK, da Grécia.
“Quando foram buscar treinador e ninguém queria vir para o Palmeiras, alguém bateu no PAOK e trouxe um treinador por 6 milhões de reais. Aceitei vir, e uma parte da minha própria premiação eu paguei ao PAOK”, destacou.