O retorno de Abel Braga ao comando do Internacional começou cercado de controvérsia. Durante a coletiva de apresentação, o técnico de 73 anos fez uma declaração de teor homofóbico ao criticar o uniforme de treino da equipe, que inclui uma camisa rosa. Ao comentar a atuação de Andrés D’Alessandro como diretor, Abel relatou uma conversa interna e utilizou termo pejorativo para se referir à cor.
“Eu fiz uma brincadeira. No fundo, ele (D’Alessandro) cobrou a todos. Falei: ‘Pô, eu não quero meu time treinando de camisa rosa, parece time de veado’”, afirmou o treinador, provocando imediata repercussão negativa.
Horas depois, Abel foi às redes sociais para se retratar. O técnico reconheceu o erro na escolha das palavras e destacou que cores não têm relação com identidade de gênero ou orientação sexual.
“Colorados e coloradas, em primeiro lugar, reconheço que não fiz uma colocação boa sobre a cor rosa durante a coletiva. Antes que isso se prolifere, peço desculpas. Cores não definem gêneros. O que define é caráter. O Internacional precisa de paz e muito trabalho. Vamo, vamo, Inter!”, escreveu.
A polêmica surge justamente em um momento delicado para o clube. De volta ao Beira-Rio, Abel Braga encontra o Internacional na 17ª posição do Brasileirão, dentro da zona de rebaixamento, com 41 pontos. A disputa contra a queda envolve também Ceará (43), Vitória (42), Santos (41) e Fortaleza (40), dos quais apenas três escaparão.
Nas duas últimas rodadas, o Colorado encara o São Paulo, na quarta-feira (3), no Morumbi, e fecha a campanha diante do RB Bragantino, no domingo (7), no Beira-Rio. A missão de Abel será árdua, e agora, sob ainda mais holofotes.